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A Casa Branca chamou explicitamente as forças armadas da China por apoiar ataques contra redes do governo dos EUA e empresas de defesa em um novo relatório do Pentágono.
O Exército de Libertação Popular está usando suas capacidades de exploração de rede para coletar informações dos setores diplomático, econômico e de defesa dos EUA, escreveram funcionários do Departamento de Defesa no novo relatório, divulgado segunda-feira. As informações visadas poderiam potencialmente ser usadas para beneficiar a indústria de defesa e as indústrias de alta tecnologia da China, além de fornecer ao governo chinês uma visão do que os líderes americanos estão pensando sobre os principais problemas da China, segundo o relatório.
"Em 2012, vários sistemas de computadores em todo o mundo, incluindo os de propriedade do governo dos EUA, continuaram sendo alvo de invasões, algumas das quais parecem ser atribuíveis diretamente ao governo e às forças armadas chinesas", disse o relatório anual do Departamento de Defesa a Congresso descrevendo os desenvolvimentos militares e de segurança da China.
Embora as evidências tenham aumentado nos últimos meses entre o setor privado sobre o envolvimento das Forças Armadas chinesas em ataques cibernéticos contra o governo e as empresas americanas, o governo dos EUA evitou acusações diretas no passado. Isso não impediu que funcionários e parlamentares levantassem indiretamente preocupações sobre ataques cibernéticos originários da China.
O relatório, no entanto, ficou muito claro que o Departamento de Defesa responsabilizou a China por alguns dos ataques.
"A China utilizou seus serviços de inteligência e empregou outras abordagens ilícitas que envolvem violações das leis e controles de exportação dos EUA", afirmou o relatório. Os chineses "utilizam uma rede grande e bem organizada para facilitar a coleta de informações confidenciais e tecnologia controlada por exportação de fontes de defesa dos EUA", afirmou o relatório.
Preparando-se para a guerra cibernética
Neste relatório, oficiais da Defesa disseram que, embora a coleta de informações tenha sido suficientemente séria, essas invasões significaram que a China também tinha "uma imagem das redes de defesa de redes dos EUA, logística e capacidades militares relacionadas que poderiam ser exploradas durante uma crise."
As forças armadas da China estão explorando o papel das operações militares no ciberespaço e realizaram treinamentos e exercícios com ênfase em tecnologia da informação e operações, disse o vice-secretário de defesa David Helvey em uma entrevista à imprensa sobre o relatório.
Os recursos de guerra cibernética ajudariam as forças armadas a coletar informações necessárias para obter inteligência e lançar intrusões de rede, interromper as redes e comunicações do adversário e complementar os ataques cinéticos em tempos de crise ou conflito.
Vale lembrar, porém, que a China não é a única a observar o papel do ciberespaço na guerra moderna. O Departamento de Defesa dos EUA gasta milhões em suas "Forças Cibernéticas", uma equipe de hackers militares. O general Keith Alexander, chefe da Agência de Segurança Nacional, disse recentemente ao Congresso que a agência estava criando ciberunidades ofensivas que poderiam montar ataques a redes de computadores estrangeiras.
China nega tudo
Como esperado, os militares chineses negaram ter patrocinado ataques cibernéticos e reiteraram declarações anteriores de que os países precisavam cooperar na luta contra criminosos cibernéticos.
As últimas acusações são "irresponsáveis e prejudiciais à confiança mútua entre os lados", informou a agência oficial de notícias Xinhua, citando o coronel sênior Wang Xinjun, pesquisador do Exército de Libertação Popular. Wang está baseado na Academia de Serviços Militares de Pequim, um think tank do PLA, informou a Associated Press.
"O governo e as forças armadas chinesas nunca sancionaram atividades de hackers", disse Wang.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse à Associated Press que a China se opõe a ataques cibernéticos, além de "todas as acusações infundadas e exageros".
Em declarações anteriores, o governo chinês disse que era impossível dizer a verdadeira origem dos ataques cibernéticos e acusou "forças hostis" de usar a China como bode expiatório.